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Mostrando postagens de março, 2019

Meri Aawaz Suno (1981) - É Tarantino, Dirty Harry, Charles Bronson, "Justiça para Todos" ou "Taxi Driver"?

     Meri Aawaz Suno é um marco do cinema indiano. Antes de ser lançado, esperava-se que iria causar muita polêmica. Tanto que os realizadores localizaram a trama em um "país imaginário" chamado Mindustan (ao invés de Hindustan) para tentarem não se comprometer tanto. No entanto, mesmo assim, a forte crítica feita aos agentes da lei e do judiciário no filme suscitaram inúmeras reações negativas na Índia. A reação foi menos radical que a suscitada por Antha (Fim), o filme falado em Kannada, dirigido pelo mesmo diretor, que deu origem a Meri Aawaz Suno. No caso de Antha, os jornais se encheram de cartas pedindo a retirada do filme dos cinemas e os censores se sentiram enganados, já que só foi mostrada somente a primeira metade para eles. No caso de Meri Aawaz Suno, apesar do buchicho, ou por causa dele, o filme foi um sucesso. E aí é que eu queria chegar.       Embora, para um espectador de hoje em dia e brasileiro, outras coisas possam se destacar mais, como o problema da

Será que o Cinema Indiano está indo pelo mesmo caminho do Cinema Brasileiro? O Multiplex pode matar Bollywood?

     A história no Brasil é conhecida. No final dos anos 90 e início do século XXI, o circuito exibidor brasileiro optou por um caminho. Modernizou suas salas de cinema através do multiplex. O ponto negativo é que o circuito diminuiu de tamanho, os cinemas de rua desapareceram, os ingressos começaram a aumentar de preço e o circuito se tornou extremamente elitizado. Hoje, para ir ao cinema, pagando a inteira, você gasta trinta reais no ingresso (ou mais) e, se comer pipoca e tomar refrigerante, pode dobrar o preço. Uma família com pai, mãe e dois filhos pode gastar uma fortuna no cinema comparado com o que ocorria há trinta ou quarenta anos atrás.      Nada disso, como se sabe, é um processo natural. São escolhas. E só há duas, geralmente. Ou você abaixa o preço e populariza seu produto ou você aumenta o preço e fornece o que tem para uma elite. O Brasil optou por "elitizar" seu circuito exibidor (e olha que ele não era tão "popular" assim antes disso). A Índi