Navjot Singh Sindhu, Salman Khan e Kapil Sharma |
Para quem acha que as coisas estão quentes no Brasil, saibam que não é só aqui: no dia 14 de fevereiro houve um ataque terrorista na Índia, organizado pelo grupo islâmico paquistanês Jaish-e-Mohammed. Um veículo bomba se lançou contra um comboio de veículos da "Central Reserve Police Force" da Índia (que me parece ser a PF de lá), ocasionando a morte de 40 pessoas.
O membro do grupo terrorista que fez o atentado era um local do Estado de Jammu e Kashmir, único estado indiano que tem mais muçulmanos que hindus na Índia. Desde 1989 não havia um ataque tão mortal lançado contra as forças de segurança oficiais do Estado indiano. Isso ocasionou inúmeras retaliações contra nativos de Kashmir e um clima de "pé-de-guerra" na Índia.
Como meu blog não é sobre política internacional, meu foco vai para a reação no meio audiovisual indiano, já que esse tipo de situação causa efeitos em todos os setores da vida indiana.
17 de fevereiro: a indústria cinematográfica em Mumbai parou de trabalhar por duas horas em respeito aos mortos.
Muitos filmes esperados do cinema indiano não serão lançados no Paquistão, como "Total Dhamaal" com Ajai Devgn, "Notebook" (o próximo de Salman Khan) e "Kabir Singh" com Shahid Kapoor.
O diretor Aditya Dhar de um dos maiores sucessos dos últimos tempos, o filme "Uri: The Surgical Strike" tem uma opinião mais incisiva.
"É hora de parar de fingir que está tudo bem em um nível não-político. Como podemos convidar atores e cantores paquistaneses para nosso cinema quando nenhum deles condenou o ataque?"
"Temos que fazer com que eles saibam que não somos uma nação fraca. Se toda vez que atacarem nós esquecermos e formos para frente, esse ciclo de terror nunca vai parar. Temos que ensinar a eles uma lição. Temos que fazer com que saibam que já basta."
Outros atores e atrizes conhecidos de Bollywood (como Vidya Balan) estão a favor do banimento de artistas paquistaneses pois já houve um ataque anterior, o "Uri Attack", ocorrido em 2016, onde houve 17 militares mortos e cerca de 30 feridos.
Sushant Singh, secretário geral da Associação de Artistas de Cinema e TV, diz que não dá para banir aquilo que já está banido. Segundo ele, desde os ataques daquilo que se chamou "Uri Attacks" em 2016, já não há muitos artistas paquistaneses trabalhando na Índia. Outra reclamação dele é que nada é feito, por exemplo, em relação aos jogos de cricket. As partidas entre Índia e Paquistão continuam acontecendo e sendo assistidas por cada vez mais pessoas. Fora o fato de que os artistas, segundo ele, não tem nada a ver com os ataques.
Já Navjot Singh Sindhu se pronunciou "aliviando a barra" para o Paquistão, dizendo que o terrorismo não tem religião e pessoas inocentes não deveriam ser punidas pelas ações de um punhado de pessoas anti-sociais. Navjot foi muito criticado nas redes sociais e acabou sendo substituído do "Kapil Sharma" show por Archana Puran Singh, show que é produzido pelo ator Salman Khan. Kapil saiu em defesa de Navjot dizendo que isso não resolveria a questão e, agora, a cabeça do próprio Kapil está sendo pedida por alguns fãs mais agressivos.
Uma outra parte dos profissionais do audiovisual estão mais preocupados em ajudar ou promover a ajuda às famílias das vítimas do ataque. Como Dahler Mendi, que publicamente pediu para que superestrelas como Aamir Khan e Anil Kapoor ajudassem. Ou Raveena Tandon, que disse que irá ajudar os filhos das vítimas em relação aos gastos com educação. Ou Salman Khan, que doou cerca de 120 mil reais. Existem várias fundações que estão ajudando as famílias das vítimas, a mais conhecida talvez seja a Bharat Ke Veer.
De qualquer maneira, esse assunto ainda vai dar pano para a manga e, como não estão dissociados da realidade do país, os artistas serão atingidos pelas convulsões sociais e políticas que atingem o país, principalmente quando é algo tão chocante quanto um ataque terrorista.
17 de fevereiro: a indústria cinematográfica em Mumbai parou de trabalhar por duas horas em respeito aos mortos.
Muitos filmes esperados do cinema indiano não serão lançados no Paquistão, como "Total Dhamaal" com Ajai Devgn, "Notebook" (o próximo de Salman Khan) e "Kabir Singh" com Shahid Kapoor.
O diretor Aditya Dhar de um dos maiores sucessos dos últimos tempos, o filme "Uri: The Surgical Strike" tem uma opinião mais incisiva.
"É hora de parar de fingir que está tudo bem em um nível não-político. Como podemos convidar atores e cantores paquistaneses para nosso cinema quando nenhum deles condenou o ataque?"
"Temos que fazer com que eles saibam que não somos uma nação fraca. Se toda vez que atacarem nós esquecermos e formos para frente, esse ciclo de terror nunca vai parar. Temos que ensinar a eles uma lição. Temos que fazer com que saibam que já basta."
Outros atores e atrizes conhecidos de Bollywood (como Vidya Balan) estão a favor do banimento de artistas paquistaneses pois já houve um ataque anterior, o "Uri Attack", ocorrido em 2016, onde houve 17 militares mortos e cerca de 30 feridos.
Sushant Singh, secretário geral da Associação de Artistas de Cinema e TV, diz que não dá para banir aquilo que já está banido. Segundo ele, desde os ataques daquilo que se chamou "Uri Attacks" em 2016, já não há muitos artistas paquistaneses trabalhando na Índia. Outra reclamação dele é que nada é feito, por exemplo, em relação aos jogos de cricket. As partidas entre Índia e Paquistão continuam acontecendo e sendo assistidas por cada vez mais pessoas. Fora o fato de que os artistas, segundo ele, não tem nada a ver com os ataques.
Já Navjot Singh Sindhu se pronunciou "aliviando a barra" para o Paquistão, dizendo que o terrorismo não tem religião e pessoas inocentes não deveriam ser punidas pelas ações de um punhado de pessoas anti-sociais. Navjot foi muito criticado nas redes sociais e acabou sendo substituído do "Kapil Sharma" show por Archana Puran Singh, show que é produzido pelo ator Salman Khan. Kapil saiu em defesa de Navjot dizendo que isso não resolveria a questão e, agora, a cabeça do próprio Kapil está sendo pedida por alguns fãs mais agressivos.
Uma outra parte dos profissionais do audiovisual estão mais preocupados em ajudar ou promover a ajuda às famílias das vítimas do ataque. Como Dahler Mendi, que publicamente pediu para que superestrelas como Aamir Khan e Anil Kapoor ajudassem. Ou Raveena Tandon, que disse que irá ajudar os filhos das vítimas em relação aos gastos com educação. Ou Salman Khan, que doou cerca de 120 mil reais. Existem várias fundações que estão ajudando as famílias das vítimas, a mais conhecida talvez seja a Bharat Ke Veer.
De qualquer maneira, esse assunto ainda vai dar pano para a manga e, como não estão dissociados da realidade do país, os artistas serão atingidos pelas convulsões sociais e políticas que atingem o país, principalmente quando é algo tão chocante quanto um ataque terrorista.
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